ACORDEI
Acordei...
Numa posição fetal...
O corpo todo enroscado ,
meio embrião...
Queria renascer, acordar e
olhar para o mundo com olhos de esperança, gratidão e AMOR, tentei por várias
vezes provocar o parto, esforcei-me bastante para expulsar-me daquele útero
generoso que me acolhia sem medo e me fornecia a segurança de que tanto precisava naquele período de minha
vida, onde nada mais me importava, a não ser a imensa solidão que me invadia.
Era desolador o que pressentia, mas era necessário aceitar e respirar...
Tive medo de chegar à
janela, e não avancei.
Tive medo dos carros, dos
ônibus, dos monstros...da poeira...do asfalto!
Eu tive medo e voltei...
Voltei para mim.
Lá fora tudo é muito escuro,
me apavora! Lá fora mora o mundo, eu o temo, como temo a morte! Curvei-me como
uma velha! Cansada de existir, de ver os carros...Os ônibus...Os monstros... A
poeira.. O asfalto!
Fiquei angustiada, tive
vontade de vomitar a Terra...Os pequeninos homens.
Voltei para o quarto, acendi
a luz, e então me senti protegida dos carros...Dos ônibus...Dos monstros...Da
vida...Da Morte!...
Queria renascer, acordar e
olhar para o mundo com olhos de esperança, gratidão e AMOR, tentei por várias
vezes provocar o parto, esforcei-me bastante para expulsar-me daquele útero
generoso que me acolhia sem medo e me fornecia a segurança que tanto precisava
naquele período de minha vida, onde nada mais me importava, a não ser a imensa
solidão que me invadia. Era desolador o que pressentia, mas era necessário aceitar e respirar...
O dia foi passando
rapidamente, não percebia, apenas tinha
a certeza de que não conseguiria vencer a apatia perante a sensação estranha
que me invadia e a realidade que reinava no mundo. Era muito triste olhar pela
janela da sala e não acreditar que o mundo havia parado literalmente, o Sol
brilhava, mas faltavam as pessoas, as vozes pelas ruas, os vendedores
ambulantes, não havia escolha, apenas calar... mas não nasci assim e questiono
tudo o que me rodeia e observo, não consigo olhar sem procurar ver além...escrever
me fascina por esse motivo, através das palavras posso me posicionar e levar às
pessoas algumas questões, que muitas vezes passam despercebidas.
A necessidade de
reinventar-se é clara e não podemos parar de raciocinar nunca, somos movidos pela
razão , apesar da emoção nos conduzir em alguns momentos e até nos provocar
atitudes meio insanas rsrsrsrs porque quando agimos com o coração, nem sempre
fazemos o “melhor”, mas somos impulsionados a tomarmos atitudes repentinas e
até podemos nos arrepender num futuro breve.
Ando pelo apartamento
procurando um espaço, mas não consigo definir onde escrever, ler, dançar, ouvir
música, assistir a um bom filme ou apenas pensar...lembro dos meus amigos e os
procuro todos os dias pelas redes sociais porque quero me certificar de que
estejam bem... com saúde e longe dessa “Pandemia!”
O isolamento nos separa, mas
não nos afasta porque somos movidos pelas nossas lembranças e os verdadeiros
companheiros estarão sempre conosco, até mesmo nessa guerra biológica que se instalou no Planeta Terra!
Não sei viver sem abraçar,
beijar e dar gargalhadas ... sempre fui comunicativa ao extremo e gosto muito
de ouvir as pessoas, sinto prazer em poder dar uma opinião e tentar amenizar
dores alheias.
O ser humano é totalmente
dependente da comunicação entre si, não há como sobreviver sem família, amigos,
colegas, internet, estamos todos na mesma embarcação que nos levará a um futuro
desconhecido, mas que acreditamos ser “melhor!” Que essa experiência com a
solidão nos leve a entender que “nada somos” sozinhos, e que tudo podemos,
quando nos unimos!
Queria renascer, acordar e
olhar para o mundo com olhos de esperança, gratidão e AMOR, tentei por várias
vezes provocar o parto, esforcei-me bastante para expulsar-me daquele útero
generoso que me acolhia sem medo e me fornecia a segurança de que tanto precisava naquele período de minha
vida, onde nada mais me importava, a não ser a imensa solidão que me invadia.
Era desolador o que pressentia, mas era necessário aceitar e respirar...
A noite chegou... uma lua
gigantesca, estrelas brilhando no infinito e o coração acelerado...
toc...toc...toc...
Acordei...
Numa posição fetal, o corpo
todo enroscado,
Meio embrião...
Que lindo !
ResponderExcluirObrigada, querida! Siga-me do lado direito do blog tem seguidores, agradeço!
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