BARREIRAS
NAS ORLAS
Quando tudo passar, quero ver o
mar,
Aquele mar azuláceo e tácito sob
o sol.
Vou querer abraçar a prata das
ondas,
Jogar os braços às alturas e
correr...
Correr livre pelas escumas sem
temer naufragar.
Quando tudo isso passar,
Vou aceitar aquele convite
Tão postergado nos dias infaustos
E sair com os amigos,
Bebericar aquele vinho tinto nos
luaus a beira mar.
Quando tudo passar, quero saudar
a fauna oceânica,
Rever as tartarugas esquecidas e
os cetáceos quase extintos
Nas pedras que se emparelham na
profundez das águas,
Nas rochas que se moldam com as
carícias marítimas...
Ah, sim, vou deixar-me levar...
Quando baixarem as barreiras,
Quero perder-me na acústica das
conchas,
Esquecer-me de vez o som da
obstruída cava,
A Covid, o covil, a cova rasa,
O desabraço que nos afastava.
Ah! Quando tudo isso passar...
Márcio Castilho
e-mail: marciocastilho74@outlook.com
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