RETROSPECTIVA 2020

28 de dezembro de 2020

 


 

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

 

 

QUE O NOVO ANO SEJA MARCADO PELO AMOR

 

 

É necessário acelerar o processo da escrita. A angústia chega a pressionar o peito, uma enorme sensação de perda de domínio das palavras.

Perdi alguns sentimentos; amores, desejos, minha memória foi deletada em parte. Meu conteúdo Literário esfacelou-se e preciso assumir a inexistência sentida!

Não há como recuperar o passado, a vida corre e não nos dá a oportunidade de reparos! As nuvens também passam ... tudo é efêmero e não há como recuperar momentos perdidos pela falta de observação e sensibilidade humana.

Muitos se aglomeram para festejarem a “passagem do ano”, outros se escondem, se interiorizam para a análise final, sempre há pessoas interessadas em projetos futuros, mas não fazem a reflexão do que passou, daquilo que vivemos e das lições que aprendemos ou não!

No início do ano percebo a esperança brotar nos olhos dos amigos, faço meus projetos e metas, mas não costumo sonhar sem um bom alicerce, pois a queda pode ser grande e não pretendo me machucar nessa fase da vida, onde o que mais me interessa é escrever sempre e até dormindo, pois me levanto muitas madrugadas para escrever pequenas frases no papel, e quando o dia amanhece, desenvolvo meu texto pensado durante o silêncio da noite!

Nas minhas observações tenho percebido que o sentimento de “Amor” é muito mais amplo quando nos referimos às mulheres, a sociedade nos impôs essa façanha! Aos homens foi ensinado a amar no sentido carnal, observo muito que são verdadeiros “animais em busca da presa”, muitos casais alegam problemas conjugais, pois o desejo sexual acaba e os parceiros não conseguem resistir à falta de “sexo”! Onde estava o “Amor” na relação?

Muitos homens adoecem e suas companheiras não os abandonam, são fiéis aos amantes e os acompanham nos momentos de dor e dificuldade, mas dificilmente isso acontece com os homens, não  se dedicam inteiramente às mulheres quando adoecem! Essa atitude é egoísta, mas muito comum e machista em todas as famílias, faço sempre essa colocação!

Afinal, o que é o verdadeiro “Amor”?

O Amor deve ser marcado pela tolerância e cumplicidade em toda a humanidade, sem distinção de sexo, credo, posição social ou raça!

A escrita flui e os sentimentos me dominam, estou repleta de letras e uma taquicardia constante!

 

 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;

 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;

 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o Amor.”(Coríntios 14)

 

 

 


 

 

 

 

 


Antologia da Editora Taba Cultural/2020

17 de dezembro de 2020

 



Satisfação intensa em participar da Antologia 2020!

Que a poesia sempre nos encante e os poetas continuem observando a vida, as pessoas...

O que pensar desse Natal 2020?

14 de dezembro de 2020




 Não sei definir exatamente o que pensar a respeito...

Entendo a gravidade mundial da fase em que vivemos, mas questionar é sempre necessário para que possamos formar a nossa opinião a respeito dos fatos sem interferência alguma dos órgãos de comunicação, que muitas vezes entram em nossas casas trazendo terror o dia inteiro!

Sou bastante otimista mas essa situação de falta de liberdade me assusta bastante...


 

EXPLOSÃO

 

O sorriso não basta para estancar a pressão no peito, o desespero contido nos olhos sedentos de saudade dos que amamos, e fomos obrigados a nos afastar sem a liberdade de escolha, fomos conduzidos firmemente ao afastamento social.

Essa guerra biológica não me deixará impotente e nem castrará minha criatividade, até porque para os que escrevem, os grandes conflitos da humanidade nos fazem acelerar o processo da arte e grandes poemas, contos, crônicas, deixarão para o futuro o que sentimos na realidade em nosso interior; o desencanto, a solidão, o autoritarismo de algumas autoridades. Só o povo sofrerá na pele as consequências desse momento tão crítico! A Arte terá um grande avanço e todos os artistas estarão voltados à criação!

Hora de reavaliação Humana!

Minha mente fervilha sente novamente uma convulsão de palavras e ideias, que se enroscam em meu cérebro, mas procuro olhar e sentir o lado positivo da própria negatividade humana. Tenho sempre a intenção de provocar grandes sorrisos em todos que conheço porque a vida é pra ser apreciada, deglutida com prazer... Há sempre um propósito em cada atitude alheia, mas minha decisão é ser feliz indefinidamente, mesmo nas turbulências, catástrofes mundiais, miséria humana, suicídios conscientes ou não, deixo a minha emoção agir e então choro convulsivamente em meu canto, no espelho do meu quarto, onde posso ver refletida a minha face sofrida e guardar na memória, mas nunca deixarei  transparecer ao mundo... Ele não merece!

Percebi claramente nesse período de isolamento, que vários amigos se afastaram definitivamente de mim, há sempre uma desculpa, uma falsa ideia de proteção, como se estivessem com receio de nos contagiar... Mas a grande verdade é que nessa fase conheceremos realmente quem são nossos verdadeiros amigos ou amantes, época de entendimento interior, reconhecimento das amizades e dos amores...

Mas tudo passará como as águas dos rios... Os amores também, reciclaremos amizades e observaremos muito mais ao redor. Não conseguirei ser a mesma pessoa, estou em reciclagem, ou melhor, todos os humanos terão que se reinventar e talvez saibamos amar mais... Seremos mais HUMANOS!

Essa tragédia que nos invade, chegou num momento em que não tínhamos mais tempo para nada... A vida era sufocante e muito corrida, as vinte e quatro horas do dia, não eram suficientes para realizarmos nossas tarefas, nossas obrigações familiares, compromissos com amigos, cafés literários, leituras diárias e cuidar de nós mesmos, da nossa essência, do nosso “eu”... Tudo era muito confuso e a corrida por dinheiro nos invadia, os boletos chegariam ao final do mês e teríamos que quitá-los, comprar sempre mais e mais e mais... Consumir sempre, porque a meta era “ter”, sim esse verbo nos acompanhava há muitas décadas ou séculos...

O sorriso não basta para estancar a pressão no peito, o desespero contido nos olhos sedentos de saudade dos que amamos, e fomos obrigados a nos afastar sem a liberdade de escolha, fomos conduzidos firmemente ao afastamento social.

Percebo claramente que a miséria se instalará no Planeta Terra, muitos morrerão de fraqueza e de abandono, sem as mínimas condições de higiene e sobrevivência humana, sabemos que os mais carentes financeiramente não poderão sobreviver a essa guerra, estamos vivendo um grande conflito baseado na Ciência, nos agentes biológicos, na razão! Afinal, somos movidos pela solidariedade nesse exato momento, ficamos emocionados, choramos, tentamos ajudar de alguma forma, mas sabemos que os países mais pobres sofrerão mais, somos impotentes!

Penso: Como os artistas esboçarão essa Guerra Mundial em seus quadros, esculturas, peças em geral? Como a geração futura interpretará?

O fato de estarmos isolados nos permite muitos questionamentos e fazemos até autoanálise em nosso próprio divã, aprendemos a técnica de nos aceitarmos como somos e de nos amarmos mais, porque em plena solidão somos “nós” (eu e o mundo).

Nosso sofrimento é contínuo e exatamente igual para todos, somos frágeis e a qualquer momento estaremos contaminados, caso não tenhamos a consciência de nos isolarmos, sofremos juntos! Nunca a humanidade foi tão homogênea em fragilidade.

Olhar para o céu; as nuvens, as montanhas, as matas, ouvir o canto dos pássaros, acariciar seu animal de estimação, falar sozinha, dançar pelo apartamento, ouvir boleros, rocks, tomar uma taça de vinho, comer um queijo provolone, ouvir a voz dos que amamos pelo celular ou mesmo vê-los por vídeos, ahhhhhh isso nunca foi tão importante rsrs

Vamos rever nossos valores e recomeçaremos, pois enquanto há vida... o coração não para tumdum tumdum tumdum ...

EXPLODE...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 






ESCREVER ME ALUCINA

1 de dezembro de 2020


 

 

Escrever me alucina, tenho mesmo a impressão de estar flutuando...de me deslocar livremente na atmosfera e contrariar todas as leis da física, apenas de vivenciar a liberdade, algo indescritível!

Letras ao redor, música ao fundo, danço em todas as direções e consigo compor frases e poemas, que são a razão do meu estar no mundo!

O teclado é meu visor das emoções sentidas , fico meio determinada a não parar mais, escrever em alta frequência, sem pausas, sem definições de estilos, pois a vida determina a cada momento um sentimento, esse é o verdadeiro estilo próprio literário!

Um café bem forte e um respirar fundo...de repente percebi que não há pessoas ao meu redor, algumas partiram e outras se foram... restaram muitas palavras, muitos contos, grandes observações e um sorriso para alegrar minha própria vida!

O sono veio profundamente e fui meio obrigada a deitar esse corpo, que só queria mesmo era bailar pelas ruas e gritar ao mundo o quanto estamos sozinhos, todos caminhando pelas ruas em direções opostas ou não, mas todos inteiramente sozinhos e calados.

Sinto-me privilegiada, pois posso falar através de meus escritos e desabafo toda essa angústia que se aloja no peito daqueles que são sensíveis e grandes observadores. A vida não me oferece grandes oportunidades, mas aproveito as palavras para descolar grandes questionamentos com a humanidade.

Num canto da casa desbravo situações, provoco reações, deixo transparecer minhas dúvidas, calo e grito simultaneamente, um reflexo da pluralidade dos seres humanos. Afinal, somos e deixamos de ser sempre, não estamos marcados pela certeza, pois não há exatidão na vida, há apenas uma mudança de interpretação de fatos, atos e decisões, assim como o sol e a lua!

Sempre me senti inteiramente sozinha!

Há sempre uma insatisfação dentro de cada um, uma loucura opaca e indefinida, mas percebo em cada rosto que encontro pelas ruas; para mim é mais que translúcido!

Só quem escreve e tem os sentidos muito apurados, percebe aquilo , que não se consegue detectar na face; mas nos olhos, espelhos da alma!