Tantos anos se passaram e ainda lembro
como se fosse hoje, dos dias mais felizes de minha infância. Dias esperados com
ansiedade por mim, meus irmãos e primos, que nas férias se encontravam para
juntos usufruirmos da natureza e do ar puro do interior.
Era uma casa grande cheia de quartos, mas que pareciam ser poucos naquela época do ano, devido à quantidade de pessoas que ali moravam somadas as outras, que iam ali passar férias.
Nas primeiras noites sentíamos dificuldades em dormir cedo, devido ao hábito adquirido na cidade de dormir mais tarde, e ficávamos deitados com um candeeiro aceso conversando, até que meu avô gritava do seu quarto mandando apagar, ordem esse atendida prontamente!
Algumas noites nos permitiam dormir mais tarde, nos dias de debulhar feijão. Alguns vizinhos se reuniam ao redor de uma montanha de vagem que para nossa tristeza logo se transformasse em uma montanha de feijão, e nós que até então nos divertíamos no terreiro ao redor de uma fogueira, tínhamos que entrar pra dormir.
A sala de jantar espaçosa com uma única mobília, uma mesa grande rodeada de muitas cadeiras que acolhia a todos nas horas das refeições.
Na sala de visitas muitas máquinas de bordar, que em ritmo acelerado produziam belíssimos bordados chamados de rechilieu, que eram trazidos da cidade já riscados e depois de bordados, empacotados e levados de volta para venda. O barulho das máquinas até hoje ainda soa em meus ouvidos como uma bela canção, que nunca vou esquecer ou deixar de sentir saudades!
Amava ver minhas tias executando aquele trabalho, ficava horas sentada... olhando o vai e vem dos bastidores e o cordãozinho que corria por entre seus dedos, dando diferentes formas aos belos bordados.
Acordávamos cedinho e íamos logo pra cozinha. Lá um fogão a lenha onde todos disputavam um lugar em volta, para se aquecer do frio e degustar o cafezinho gostoso e quentinho que minha tia Estela fazia questão de servir.
Amava ver as galinhas no enorme quintal sendo alimentadas por minha avó Maria. Elas corriam de um lado para outro, esbarravam umas nas outras e vez por outra, se bicavam na disputa por um grão de milho!
Lembro-me do vô Tôin sentado no parapeito no alpendre da casa, feliz da vida dando ordens aos piões e chamando minha avó de Maiá. Não era sempre que estava satisfeito, às vezes se aborrecia com os netos, quando teimávamos em tomar banho no açude de onde era retirada a água pra beber. Tínhamos um rio para nos deliciar, mas mesmo assim de vez em quando às escondidas a gente acabava dando um mergulhinho.
Lembro-me do pé de Juazeiro próximo à casa de meu querido tio Cate, dava uma frutinha miúda e gostosa, além da casca de seu caule que servia para lavar os cabelos. Um dia desses, disseram-me que ele resistiu há tantos anos, e continua lá... dando frutos na sua estação.
A casa grande não resistiu ao tempo e ao vento e hoje já não existe mais, apenas na minha memória. Memória de uma infância linda que não mais voltará, mas que só irá se apagar no dia em que meus pensamentos perecerem.
Obrigada a meus avós:
Antonio e Maria
Obrigada as minhas tias:
Fransquinha, Mariêta, Estela, Vera, Gelcy, Constância, Rosenir, Rita, Lucia, Julieta, Dulce.(Terezinha: Mãe)
Obrigada aos meus tios:
José, Raimundo, Manelito, João, Antonio Carlos.
Um beijo em vossos corações.
Era uma casa grande cheia de quartos, mas que pareciam ser poucos naquela época do ano, devido à quantidade de pessoas que ali moravam somadas as outras, que iam ali passar férias.
Nas primeiras noites sentíamos dificuldades em dormir cedo, devido ao hábito adquirido na cidade de dormir mais tarde, e ficávamos deitados com um candeeiro aceso conversando, até que meu avô gritava do seu quarto mandando apagar, ordem esse atendida prontamente!
Algumas noites nos permitiam dormir mais tarde, nos dias de debulhar feijão. Alguns vizinhos se reuniam ao redor de uma montanha de vagem que para nossa tristeza logo se transformasse em uma montanha de feijão, e nós que até então nos divertíamos no terreiro ao redor de uma fogueira, tínhamos que entrar pra dormir.
A sala de jantar espaçosa com uma única mobília, uma mesa grande rodeada de muitas cadeiras que acolhia a todos nas horas das refeições.
Na sala de visitas muitas máquinas de bordar, que em ritmo acelerado produziam belíssimos bordados chamados de rechilieu, que eram trazidos da cidade já riscados e depois de bordados, empacotados e levados de volta para venda. O barulho das máquinas até hoje ainda soa em meus ouvidos como uma bela canção, que nunca vou esquecer ou deixar de sentir saudades!
Amava ver minhas tias executando aquele trabalho, ficava horas sentada... olhando o vai e vem dos bastidores e o cordãozinho que corria por entre seus dedos, dando diferentes formas aos belos bordados.
Acordávamos cedinho e íamos logo pra cozinha. Lá um fogão a lenha onde todos disputavam um lugar em volta, para se aquecer do frio e degustar o cafezinho gostoso e quentinho que minha tia Estela fazia questão de servir.
Amava ver as galinhas no enorme quintal sendo alimentadas por minha avó Maria. Elas corriam de um lado para outro, esbarravam umas nas outras e vez por outra, se bicavam na disputa por um grão de milho!
Lembro-me do vô Tôin sentado no parapeito no alpendre da casa, feliz da vida dando ordens aos piões e chamando minha avó de Maiá. Não era sempre que estava satisfeito, às vezes se aborrecia com os netos, quando teimávamos em tomar banho no açude de onde era retirada a água pra beber. Tínhamos um rio para nos deliciar, mas mesmo assim de vez em quando às escondidas a gente acabava dando um mergulhinho.
Lembro-me do pé de Juazeiro próximo à casa de meu querido tio Cate, dava uma frutinha miúda e gostosa, além da casca de seu caule que servia para lavar os cabelos. Um dia desses, disseram-me que ele resistiu há tantos anos, e continua lá... dando frutos na sua estação.
A casa grande não resistiu ao tempo e ao vento e hoje já não existe mais, apenas na minha memória. Memória de uma infância linda que não mais voltará, mas que só irá se apagar no dia em que meus pensamentos perecerem.
Obrigada a meus avós:
Antonio e Maria
Obrigada as minhas tias:
Fransquinha, Mariêta, Estela, Vera, Gelcy, Constância, Rosenir, Rita, Lucia, Julieta, Dulce.(Terezinha: Mãe)
Obrigada aos meus tios:
José, Raimundo, Manelito, João, Antonio Carlos.
Um beijo em vossos corações.
Jorgely Feitosa
Texto belíssimo da prima Jorgely.
ResponderExcluirMe trouxe muitas lembranças que o tempo jamais apagarão.
Patrícia Araújo
Que bom, Patrícia!
ExcluirVolte sempre,querida!
Mãe que lindo ! não conheço esse local essa casa mas com essas palavras consigo sentir toda emoção que um dia a senhora viveu. Meus parabéns ...
ResponderExcluirVolte sempre, Samuel!
ExcluirFoi um grande prazer receber vcs aqui no meu cantinho!
Vdd,amigo!
ResponderExcluirEstamos mais vivos e não percebemos!
Bjos
Parabéns poetisa Jorgely Feitosa! Amei seu texto, muito bem escrito como tudo o que você escreve...
ResponderExcluirObrigada pela visita ao blog!
ExcluirParabéns a essa poetisa que conheci, fez parte da minha infância e como ela descreveu em seu belíssimo texto, sentido a mesma lembrança do lugar que um dia também frequentei. Alguma lembrança de seus familiares e cenas que já estavam apagadas da minha memória como debulhar feijões. Linda texto!!!
ResponderExcluirAgradeço a visita!
ExcluirVoltem sempre!
Parabéns poetisa Jorgely belíssima poesia muita saudade da minha infância!
ResponderExcluirVolte sempre,amiga!
ExcluirLinda poesia jorgely parabéns por essa poesia!
ResponderExcluirObrigada pela visita,
Excluirvolte sempre!