Racismo : Uma regressão cultural ou de caráter?

20 de fevereiro de 2017
Racismo



O mal da nossa sociedade é achar que tudo que se fala e se pratica é normal, e culpa o sentido cultural nisso. Há pessoas que xingam e ofendem um negro e acham isso o mais normal pela questão cultural de ser; na região sul por exemplo é comum os torcedores do Grêmio chamarem os torcedores do Internacional de macacos e generalizaram para os demais torcedores do Brasil.

Nos dias de hoje com toda a evolução social e cultural, ainda há barbaridades como essa, assim como dizer que a garota merecia ser estrupada.

A sociedade em geral está cada vez mais intolerante e subversiva, isso as vezes me assusta porque você não sabe com quem e com o que está se lidando num mundo afora. Isso é extremamente complicado para todos nós.

Não quero ser o pessimista, mas sendo um pouco racional, acho que isso não há solução. É da natureza do ser humano praticar a intolerância, a inveja, o ódio, a ganância, entre outros. A partir do momento em que se distorce os sentimentos, não se merece confiança.

Imagine um amigo seu ou um parente que fosse tratado como um animal. Imagine as pessoas que você ama vivendo sem ter nenhum direito, podendo ser vendidos, trocados, castigados, mutilados ou mesmo mortos sem que ninguém ou nenhuma instituição pudesse intervir em seu favor. Imagine você, seu pai, sua mãe ou seu filho sendo tratados como coisa qualquer, como um porco, um cavalo, ou um cachorro. Imagine sua filha sendo levada ou mesmo ao seu lado, estuprada, todos os dias e depois, grávida à serventia do negócio de seu dono.

Você que já chorou diante das cenas que remetem o sofrimento de Jesus Cristo na sexta feira da paixão; você que fechou os olhos frente às fortes imagens de Django Livre; você que se emocionou com 12 anos de escravidão, imagine.

Imagine – e saiba – que teu país e as riquezas que o conformam existem em função de 4 séculos de escravidão. E de tudo que deste período e deste sistema decorreu a partir de então.

E no dia seguinte tudo seria diferente.

Desde que acompanho o movimento negro, aprendi que dia 14 de maio, o dia seguinte ao fim da escravidão, foi o dia mais longo da história. Aliás, dizem outros, é o dia que não terminou. Depois de séculos de sequestros, escravidão e assassinatos, o que se viu nos anos pós-abolição foi a formação e o desenvolvimento de um país que negou e ainda nega à população negra condições mínimas de integração e participação na riqueza.

Sem-terra, sem empregos, sem educação, sem saúde, sem teto, sem representação. Sequer a mais liberal das reformas, a agrária, fora possível no país das capitanias hereditárias.

O dia seguinte, a década seguinte, os 127 anos seguintes ao fim da escravidão não foram suficientes para nos livrar de uma herança racista, reafirmada cotidianamente pelos descendentes dos colonizadores que sempre dirigiram o Brasil. Estes mantêm a posse do latifúndio, hoje rebatizado agronegócio.

Se você é racista tenho pena de você, quão nojento, mesquinho e sem moral você é, uma cor não define caráter, não define status, não define coração, no fim das contas viemos do pó e para lá voltaremos, o que te faz ser melhor do que nos "negros"? Seu carro? Sua pele? Rosto perfeito fazendo propaganda na TV, vendendo seu "produto branco "como o certo do padrão" de beleza" pobre homem que grita nas ruas sua lei do "seja assim, seja aquilo".

Sou pós-graduado, procuro empregar meus conhecimentos na valoração do ser humano, mostrando que é possível sim um convívio estável e respeitoso "Ninguém é obrigado a amar e gostar, mas respeito, deve ser mútuo e obrigatório".

O problema do racismo é a hipocrisia. Todos têm algum tipo de preconceito que aflora apenas ao toque no teclado pensando ficar impune.


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