O Amor

“Ainda que eu falasse a língua dos homens 
e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.”

É só o amor, é só o amor;
Que conhece o que é verdade;
O amor é bom, não quer o mal;
Não sente inveja ou se envaidece. (Renato Russo)

Um grupo de jovens estava conversando numa noite de inverno, quando de repente um “morador de rua” chegou perto deles e pediu um cigarro, como existia um fumante, logo o rapaz passou para ele, sem questionar. Continuaram rindo e deixaram que ele permanecesse junto deles, ouvindo a conversa e mantendo um relacionamento amigo, sem discriminação e exclusão social.

O “morador de rua” começou a falar sobre religião e nesse grupo havia um evangélico, que era conhecedor de muitas passagens bíblicas, desta forma mantiveram um grande diálogo, e o restante se afastou, pois não se interessava por questões religiosas, mas o andarilho sabia bastante sobre o Livro Sagrado, talvez bem mais que alguns do grupo!

Remo não era evangélico, mas resolveu sentar ao lado desse homem e ouviu suas palavras, prestando muita atenção em suas experiências, era um jovem que sabia ouvir mais do que falar, uma característica de sabedoria!

Uma grande lição de solidariedade foi seu aprendizado naquela noite!

O homem disse emocionado:

- Sabe rapaz, numa noite de Natal, estava com muita fome e resolvi bater em algumas portas de um bairro aqui próximo, e numa dessas portas que bati, gritei “Ô de casa, Ô de casa, Ô de casa”- surgiu uma senhora na porta de sua casinha simples, e perguntei se poderia me dar um prato de comida, ela me pediu que entrasse e lá dentro da humilde casa estava seu marido numa cadeira de rodas, pois os dois mandaram que eu sentasse à mesa com eles, e um prato de carne de porco com chuchu foi servido para os três.

- Fiquei muito sensibilizado com a atitude do casal e chorei muito com eles, mas quando sai de lá estava saciada a minha fome!

-Passado alguns meses, resolvi ir a um mercado da cidade, onde trabalhei por meses e pedi ao gerente uma cesta básica, e na mesma hora ele concordou e me abraçou, lembrando de quando trabalhei lá...

- Mas qual seu endereço- perguntou o gerente

Na mesma hora dei o endereço daquela pequena residência, que me acolheu e matou minha fome na Noite de Natal!

Remo ficou mudo, não conseguia acreditar na Solidariedade e no Amor que emanava aquele Homem!

“É só o amor, é só o amor,

Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse a língua dos homens

e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.”