O Momento da Criação

24 de agosto de 2014





As palavras se atrapalham em minhas veias...sinto calor...tontura...involuntariamente procuro uma caneta preta e desabafo... não gosto de escrever diretamente no PC, pois preciso do contato quente das mãos com o papel  no ato da criação literária!
Com a folha de papel em branco, as idéias se misturam e não consigo dar forma aos meus sentimentos, apenas sinto formigamentos constantes de letras bailando em meu cérebro...tudo fica muito confuso.
Não posso dizer o que não sinto....preciso sentir  infinitamente ...sentir medo...sentir amor...mas sentir ao máximo...ilimitadamente...a vida é um eterno sentir!
As  palavras são IMORTAIS....não envelhecem...pulsam em nossas veias
E F Ê M E R A S...embalam...envenenam...
V I V A S...agonizam....adoçam...enfeitiçam....são sempre P A L A V R A S !!!!!
Não permanecem soltas...há sempre uma emoção contida...um engajamento natural com o falar dos HOMENS!!!!
E T E R N I Z A M    MOMENTOS...desafiam...projetam sentimentos...evidenciam culpa...
F L U E M   DOS LÁBIOS
carnudos...esculpidos...sedentos...frios...amantegados...achocolatados...provocantes..des nudos...ensanguentados...aromatizados...QUENTESDEPAIXÃO!!!!........................................................................................
As  Palavras  I N F L A M A M...........................................................devastam os séculos...humanizam...marcam uma civilização..
D E T E RMINAM.......................................................
As palavras de Machado... Pessoa... Drummond ...Lispector...viverão cravadas.....
 nos olhos...na mente... nos gestos...dos que amam a LITERATURA!
Palavras que  EDIFICAM...SIMPLIFICAM...CONCEDEM...  EXTERIORIZAM...
 QUESTIONAM...DESPERTAM...REGISTRAM...Transformam uma GERAÇÃO...
 ANTECIPAM o amanhã!.........................................................................................
As palavras são IMORTAIS!...


As palavras se atrapalham em minhas veias...sinto calor...tontura...involuntariamente procuro uma caneta preta e desabafo... não gosto de escrever diretamente no PC, pois preciso do contato quente das mãos com o papel  no ato da criação literária!
Com a folha de papel em branco, as idéias se misturam e não consigo dar forma aos meus sentimentos, apenas sinto formigamentos constantes de letras bailando em meu cérebro...tudo fica muito confuso.
Não posso dizer o que não sinto....preciso sentir  infinitamente ...sentir medo...sentir amor...mas sentir ao máximo...ilimitadamente...a vida é um eterno sentir!



Tecendo a Vida - Lançamento

20 de agosto de 2014
https://www.clubedeautores.com.br/book/169014--Tecendo_a_Vida?topic=poesia#.U_SQGvmBHKg


No dia 27 de agosto, a partir das 16h, na Livraria Veredas, Pontual Shopping, em Volta Redonda, ocorrerá o lançamento dos livros: Tecendo a Vida-poemas e crônicas, sexta obra da poeta Eliane de Lacerda Corrêa e Inquietude-poemas, de Vera Regina Marins.

O lançamento de duas obras poéticas vai aquecer o final do inverno em nossa região. São trabalhos maduros de poetas experientes que resgatam emoções genuínas de real valor, contrapondo-se aos sentimentos efêmeros ditados pelos ventos passageiros do modismo contemporâneo. Deixam claro que a aventura da vida pode ser a construção do bom e do belo, quando já desapareceram as dúvidas quanto ao caminho da paz individual que, por extensão, promove a paz social.

Eliane de Lacerda Corrêa não abre mão de sua permanente aventura pelos meandros emocionais que ditam o sentido da vida. Enfrenta as limitações da linguagem como um desafio, em busca de mostrar, nas entrelinhas, pelo menos uma porção das mensagens originais e indizíveis que emergem no coração. Na crônica, tem a perícia de conduz o leitor a experimentar o arrebatamento que, inconscientemente, evita.

Eliane de Lacerda Corrêa é membro da AVL-Academia Volta-Redondense de Letras e Vera Regina Marins compõe a diretoria do GREBAL-Grêmio Barra-Mansense de Letras, o que mostra, ao lado dos demais lançamentos já ocorridos e a ocorrerem este ano, o crescimento da literatura em meio a excitação que permeia as organizações culturais de nossa região. Afinal, em tempo de inquietude sobre o futuro humano, nada melhor que seguir tecendo a vida poeticamente, como forma de iluminar os caminhos humanizadores.

A Utilidade e a Inutilidade

17 de agosto de 2014


Recebi de uma amiga virtual, um vídeo do Padre Fábio de Melo, que fala sobre a “utilidade” e a “inutilidade”.
Pensei muito sobre o que ouvi, fiquei em estado de “intervalo existencial”, procurei entender melhor o que seria a “inutilidade”, mas não foi difícil de discernir.
Quando somos jovens e estamos em plena atividade física e intelectual, não nos faltam elogios, até mesmo nossos filhos dizem se orgulhar de nossa coragem, perseverança, batalha e força emocional, eles alçam voos conosco. Essa fase podemos chamar de “utilidade”, pois somos úteis a várias pessoas.
Mas quando já estão formados, e são capazes de viver sem precisar de apoio familiar, ficamos um pouco esquecidos, guardados no baú! As nossas perspectivas já não correspondem a um futuro longo, são vividos todos os dias com intensidade.
Nesse momento chega a “inutilidade” falada pelo Padre Fábio, há uma  fragilidade no corpo, uma incapacidade de resolver vários problemas ao mesmo tempo, já não temos horário para cumprir, obrigações diárias, parece ficar um “vazio!”
Quem terá paciência de nos ouvir? Não temos mais notícias interessantes, ficou uma monotonia constante, e o telefone não toca mais... ficamos  ilhados!
- Quem realmente nos ama?
É justamente quando precisamos nos fortalecer, e olhar para a vida com a certeza de que ainda temos muito a fazer; dançar, malhar, sorrir, escrever, fazer novas amizades, ler muito e livremente, assistir aos nossos programas  preferidos, que nos façam refletir sempre, pois a vida é um eterno questionamento. Mas estamos prontos para amar, beijar, namorar como os jovens, pois o Amor é rejuvenescedor.
Haverá alguém ao nosso redor, que num momento de carência nos abraçará e nunca haverá “inutilidade” para quem sempre amou, protegeu, acariciou, orientou e esteve presente!
Quando plantamos Amor, acredito que a colheita seja perfeita... não  há dúvida!
É uma arte saber viver como jovens, quando já não temos mais a juventude física, mas esse é mais um desafio; saber conviver com novas fases da vida.
Os amigos nós os escolhemos; na jornada da vida, pela internet, mas de alguma forma, fizemos a escolha!
Sabemos exatamente a intensidade da amizade de cada um, com quais podemos contar em momentos difíceis, e aqueles que só estão presentes em momentos de “alegria”!
E assim vamos caminhando e agradecendo à vida pelas lutas, pois nos fortalecem e nos estimulam.
 - Um dia seremos  inúteis?
A sociedade exclui e discrimina, há um preconceito latente quando classificaram os aposentados de “inativos”, pois já cumpriram seu papel como trabalhadores, mas sobrevivem com salários miseráveis, e estão ativos para “A VIDA”!
Depois observamos um eufemismo nas campanhas governamentais, quando dizem “terceira idade”, “a melhor idade”, mas na verdade querem dizer: OS VELHOS, INATIVOS; aqueles que não têm mais nada para fazer, que estão na fase que caminham para a “COVA” e sobrecarregam a “Previdência”, usando medicamentos e Hospitais do “SUS”.
Voltando a analisar, a inutilidade é um sentimento e uma atitude, que independe da idade, e nunca será uma característica da maturidade, pois é justamente nessa fase, que podemos desenvolver nossa criatividade e solidariedade.
 “REINVENTAR-SE” é a solução!
- Do nosso lado sempre caminharão, os que nos amam de verdade, em qualquer fase e idade!








Teia de Amor (capítulo 01)

10 de agosto de 2014


“O amor  acontece
                                    Tudo acontece...
Uma troca de olhar...
                                    Um sorriso bem dado...
Um aperto de mãos...
                                    O corpo estremece...
                                                                          E acontece” (ELC)

Daiana estava desanimada...  carregava  seus sessenta e cinco anos de idade e uma enorme experiência conjugal, que a levou ao “nada”, pois depois de trinta e cinco anos de casada, seu querido e amado marido a abandonou!
Percebeu então que estava velha, cansada, sem objetivos, sem planos futuros, pois grande parte de sua vida teria passado sem que percebesse, preocupada com o amor, a família, o trabalho, as finanças...
 -Sentiu-se uma “tola!”
Agora, não havia mais amigos, estava completamente sozinha, e os dias corriam sem piedade.
Na juventude, ocupou-se de criar seus filhos e viver agradando ao marido, até “transava” sem ter a mínima vontade, só para satisfazê-lo, como muitas mulheres ainda hoje fazem! Nunca procurou sua própria vida, seus interesses, seus desejos íntimos, suas angústias anteriores, desativar seus próprios medos!
Não conseguiu sentir a própria vida, coitada!
Era tarde demais...  a vida fluía  rapidamente, pois depois de uma idade mais avançada, o tempo não nos ajuda nem nos poupa, tudo passa como o vento e só as lembranças nos agonizam!
Não havia castelos nem príncipes, a vida tornava-se real e fria como a neve!
Era preciso vencer, superar o desamor e viver!
Suas filhas já estavam casadas e não havia nada que a impedisse de conhecer as “verdadeiras emoções”. Observar  o cantar dos pássaros, o vento que sopra na praia, as folhas que caem no outono, os frutos maduros nas árvores, a chuva que molha as ilusões, os namorados que se beijam livremente...o sol que aquece o sangue e provoca desejos...as estrelas que brilham...cativar mais seus vizinhos...sorrir e ser mais extrovertida, sem temores, ser tudo aquilo que deixou de ser até aquele momento, com preconceitos bobos e julgamentos alheios...ser! Apenas “SER!”
Costumava ficar à noite na varanda de sua casa; uma mesinha, duas cadeiras e uma solidão contagiante! Era mesmo triste, perceber que a vida não lhe proporcionou grandes momentos!
Numa tarde de inverno, resolveu sair um pouco, ir a um shopping, apreciar as lojas, tentar esquecer seu passado, e acabou encontrando com uma vizinha. Começaram a conversar pela primeira vez, e perceberam  que havia afinidades entre elas, inclusive Débora, a vizinha, era divorciada, o que trouxe um certo conforto para Daiana, pois sentiu-se mais solta e poderia dividir a solidão sofrida.
Surgem novas perspectivas; viagens, shows, bailes, festas, Daiana estava encantada com tanta novidade, pois imaginava nunca conhecer as diversões da vida!
Débora, muito comunicativa, possuía muitos colegas e amigos, o que facilitou à Daiana fazer novos contatos.
Era preciso superar o desamor e viver!
Viver com intensidade, beijar profundamente, agir como os adolescentes; não ter hora marcada, não usar a razão, deixar o coração bater forte e loucamente.  
TUMDUM... TUMDUM... TUMDUMTUMDUM... TUMDUM... TUMDUM..
Viver tudo e infinitamente, sem compasso e metrificação, afinal a vida lhe oferecia uma nova oportunidade de ser feliz!
TUMDUMTUMDUMTUMDUM...





Alô!

3 de agosto de 2014
ALÔ!

Triim...triim...triim...triim...triim....triim....triim...triim...triim...triim...triim...triim...trim
O telefone tocava incessantemente, e Laura não sabia como parar o que estava fazendo para atendê-lo, mas era necessário, tinha consciência da importância, só não conseguia administrar as inúmeras tarefas, que a empresa lhe delegava.
Triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim
Corre e pega o fone:
- Alô, Alô
- um rapaz do outro lado, com uma voz muito interessante, identificou-se como Fábio e solicitou um agendamento para falar com o Diretor de Recursos Humanos da Empresa, pois é economista e quer apresentar seu currículo.
Laura imediatamente olha a agenda, e marca a entrevista.
-Ele muito educado e galanteador, elogia sua voz, e declara interessar-se em conhecê-la pessoalmente.
-Laura elegantemente, finge não estar muito empolgada com o encontro, mas na verdade o coração acelerou muito e sentiu algo muito especial dentro de si, como uma descoberta de sua “outra metade”!
Ela desliga o telefone com uma sensação de alívio, pois a taquicardia era imensa e sua pele refletia a ansiedade como arrepios incontroláveis e constantes.
Laura era de uma família tradicional, e ela temia esse encontro, mas não poderia evitar, estaria no escritório no horário agendado e era impossível não conhecê-lo pessoalmente.
Faltavam poucos dias para esse momento se concretizar e Laura estava meio atordoada, a voz de Fabio ficou retida nos seus ouvidos, e seu trabalho rendia, mas sua mente só estava voltada para a imagem física que criava de seu admirador!
Triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim.
Triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim....triim...triim...triim...triim...triim
Laura temia atender essa chamada insistente, mas não havia outra alternativa, e imediatamente pegou o fone, mas quando ouviu aquele “alô” meio aveludado, não sabia como responder, não podia acreditar que era “Fábio” e meio trêmula respondeu com “bom dia”...assim, conversaram por alguns segundos, e ele apenas confirmou a entrevista para o dia seguinte, e aproveitando a oportunidade, disse que estava feliz por estar chegando o momento de poder olhar em seus olhos , e conversarem com naturalidade.
No dia seguinte, os dois se encontraram na sala de espera da empresa, e ambos estavam alinhados, numa elegância meio europeia, pois era inverno e fazia muito frio, o que facilitou o traje fino! Ao se olharem, houve uma pausa no tempo, e os olhos de Laura, meio claros, num tom mel, penetraram a escuridão do olhar de Fábio e foi uma fusão de desejo e paixão!
-Ele logo em seguida foi anunciado para a entrevista, e ao sair, disse a ela:
-Não podemos nos perder, há uma vida que nos chama, vamos nos encontrar num restaurante à noite?
-Ela imediatamente concordou, e fixou seus olhos nos dele!
Saiu do trabalho e foi ao Centro, bem perto de sua empresa, para o encontro tão esperado!
Os dois ficaram em uma mesa do lado de fora do restaurante, pois era mais romântica a paisagem, estavam nos Arcos da Lapa, onde violões faziam o fundo musical daquele encontro e testemunhavam a paixão, que se instalava nos dois.
Um “grande” seresteiro chegou ao lado deles, e começou a cantar: “ Amor, amor, amor, nasceu de mim, nasceu de ti, nasceu num um beijo”... e todo o clima daquela noite era direcionado para um futuro de Amor!
Fábio e Laura namoraram uns dois anos antes de se casarem, passaram por algumas dificuldades financeiras e preconceitos familiares, pois ele era mestiço e a família dela era de descendência alemã, o que trouxe um pouco de receio a Fábio, mas com sua inteligência e integridade, superou sempre as barreiras e com toda a dignidade humana, mostrou à família dela o seu caráter, fazendo com que o considerassem muito, e ainda foi o esteio para todos!
Triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...trim
Alô?
Uma voz firme e agradável, um olhar para o futuro...
Triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...triim...trim
Alô?
Uma voz aveludada ...uma Vida , o Nada!
Triim...triim...triim...triim...triim...triim....triim....triim...triim...triim...triim...triim...